De há uns anos a esta parte tenho ouvido falar insistentemente de ‘pressões’ ilegítimas sobre os Media. São os directores dos meios de comunicação social que se queixam, são comentadores que acusam e é a ERC que julga…
Ainda ontem, José Manuel Fernandes, director do jornal Público afirmava á saída da audição na Entidade Reguladora da Comunicação Social (ERC), no âmbito das acusações de Cintra Torres de que a RTP cedeu a pressões governamentais na cobertura de incêndios que ‘uma das questões que a ERC deve verificar é se as instruções genéricas dadas por organismos públicos, e, portanto, tutelados pelo Governo, face ao acesso dos jornalistas à informação sobre incêndios foram além do razoável’ e ainda que ‘essas indicações acabaram por constituir limitações à liberdade de imprensa impostas pelo Governo’.
Não me vou pronunciar sobre factos pois não os conheço. Mas quer-me parecer que, em qualquer país civilizado, num qualquer caso de catástrofe natural (e em Portugal os incêndios são mesmo uma catástrofe) as autoridades têm não só o direito, como a obrigação de definir a estratégia de segurança que melhor assegure a integridade física da população (incluindo a dos jornalistas).
De qualquer maneira a questão que aqui se levanta é esta: Será que um telefonema de uma empresa ou de um organismo público para um jornalista cria, só por si, uma forma de pressão? Não é através desses mesmos telefonemas, embora em sentido inverso, que os jornalistas encontram as suas ‘histórias’?
Estes casos fazem-me lembrar as acusações que muitas vezes os Media lançam a figuras públicas (como Lady Diana Spencer). Utilizam-nos quando precisam e depois já não querem nada connosco.
Sim. A imprensa tem o direito de informar livremente. Mas também tem a obrigação de ouvir as suas fontes habituais e de respeitar o contraditório. E mal estaria a democracia portuguesa se um director, um editor ou um jornalista de um Órgão de Comunicação Social tivesse que modificar a sua politica editorial e os conteúdos por receber telefonemas das suas fontes.
Há muitos anos que converso diariamente com jornalistas e garanto que nunca tinha sentido este ‘complexo’.
Como já referi uma vez num artigo de opinião que escrevi no jornal Oje, os jornalistas não são testemunhas presenciais da maioria dos factos que descrevem. Recorrem a pessoas, instituições e organismos das mais variadas índoles para que lhes seja facultada informação sobre determinado acontecimento. Recorrem às chamadas ‘fontes de informação’. É, portanto natural existirem conversas entre jornalistas e fontes. E se é natural os jornalistas falarem para as fontes porque é que é assim tão estranho as fontes telefonarem para os jornalistas?
Ainda ontem, José Manuel Fernandes, director do jornal Público afirmava á saída da audição na Entidade Reguladora da Comunicação Social (ERC), no âmbito das acusações de Cintra Torres de que a RTP cedeu a pressões governamentais na cobertura de incêndios que ‘uma das questões que a ERC deve verificar é se as instruções genéricas dadas por organismos públicos, e, portanto, tutelados pelo Governo, face ao acesso dos jornalistas à informação sobre incêndios foram além do razoável’ e ainda que ‘essas indicações acabaram por constituir limitações à liberdade de imprensa impostas pelo Governo’.
Não me vou pronunciar sobre factos pois não os conheço. Mas quer-me parecer que, em qualquer país civilizado, num qualquer caso de catástrofe natural (e em Portugal os incêndios são mesmo uma catástrofe) as autoridades têm não só o direito, como a obrigação de definir a estratégia de segurança que melhor assegure a integridade física da população (incluindo a dos jornalistas).
De qualquer maneira a questão que aqui se levanta é esta: Será que um telefonema de uma empresa ou de um organismo público para um jornalista cria, só por si, uma forma de pressão? Não é através desses mesmos telefonemas, embora em sentido inverso, que os jornalistas encontram as suas ‘histórias’?
Estes casos fazem-me lembrar as acusações que muitas vezes os Media lançam a figuras públicas (como Lady Diana Spencer). Utilizam-nos quando precisam e depois já não querem nada connosco.
Sim. A imprensa tem o direito de informar livremente. Mas também tem a obrigação de ouvir as suas fontes habituais e de respeitar o contraditório. E mal estaria a democracia portuguesa se um director, um editor ou um jornalista de um Órgão de Comunicação Social tivesse que modificar a sua politica editorial e os conteúdos por receber telefonemas das suas fontes.
Há muitos anos que converso diariamente com jornalistas e garanto que nunca tinha sentido este ‘complexo’.
Como já referi uma vez num artigo de opinião que escrevi no jornal Oje, os jornalistas não são testemunhas presenciais da maioria dos factos que descrevem. Recorrem a pessoas, instituições e organismos das mais variadas índoles para que lhes seja facultada informação sobre determinado acontecimento. Recorrem às chamadas ‘fontes de informação’. É, portanto natural existirem conversas entre jornalistas e fontes. E se é natural os jornalistas falarem para as fontes porque é que é assim tão estranho as fontes telefonarem para os jornalistas?
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