quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Contribuição para a Estatística

Na semana passada,  João Lobo Antunes iniciou a sua participação no novo programa da RTPI 'Avenida da Liberdade' com um poema da recém falecida poetisa polaca Wislawa Szymborska. Fiquei fascinada com a forma como a Prémio Nobel da Literatura brincou com palavras, números e emoções. Aqui fica o registo de um poema apelidado 'Contribuição para a Estatística'...

Em cada cem pessoas
sabendo de tudo mais do que os outros:
- cinquenta e duas,
inseguras de cada passo:
- quase todas as outras,
prontas a ajudar, desde que isso não lhes tome muito tempo:
- quarenta e nove, o que já não é mau,
sempre boas porque incapazes de ser de outro modo:
- quatro; enfim, talvez cinco,
prontas a admirar sem inveja:
- dezoito,
induzidas em erro
por uma juventude afinal tão efémera:
- mais ou menos sessenta,
com quem não se brinca:
- quarenta e quatro,
vivendo sempre angustiadas
em relação a alguém ou a qualquer coisa
- setenta e sete,
dotadas para serem felizes:
- no máximo vinte e tal,
inofensivas quando sozinhas
mas selvagens quando em multidão:
- isso, o melhor é não tentar saber nem mesmo aproximadamente,
prudentes depois do mal estar feito:
- não mais do que antes,
não pedindo nada da vida excepto coisas:
- trinta, mas preferia estar enganada,
encurvadas, sofridas,
sem uma lanterna que lhes ilumine as trevas
- mais tarde ou mais cedo, oitenta e três,
justas:
- pelo menos trinta e cinco, o que já não é nada mau,
mas se a isso juntarmos o esforço de compreender
- três,
dignas de compaixão:
- noventa e nove,
mortais:
- cem por cento,
número que, de momento, não é possível alterar.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Reflexão...


A questão da publicação das imagens da conversa informal de Vitor Gaspar e Wolfgang Schauble tem já feito correr 'rios' de tinta na imprensa mundial e na blogosfera.

Não há dúvidas de que a informação é muito relevante. Também não tenho dúvidas de que politicos,  ou quaisquer outras figuras públicas,  numa sala com jornalistas,  devem ter cuidado com as conversas e comportamentos que não querem ver divulgados. Mas gostava de deixar uma reflexão: queremos jornalistas de politica a utilizar os mesmos métodos dos 'paparazzis' das revistas cor-de-rosa?


terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Social Media Release, Inovação … e o meu Orgulho!



Ele há dias em que ‘inchamos’ de orgulho. Hoje é um deles. É que o Grupo Lift acaba de lançar a UP News, uma inovadora ferramenta de trabalho para jornalistas e bloggers , um excelente veículo de distribuição de conteúdos para as empresas e o primeiro ‘social media release’ nacional.


A nova plataforma digital, totalmente desenvolvida, pela Up Digital, a agência de comunicação digital do Grupo Lift, permite a distribuição de conteúdos multimédia e o download de ficheiros de elevada dimensão a profissionais de comunicação previamente registados. Com a adesão à Up News as empresas alargam a sua capacidade de disseminar as suas mensagens e conteúdos de uma forma ilimitada.


A distribuição de conteúdos digitais da Up News pode ser efetuada em diversos formatos (texto, vídeo e imagem) e através de múltiplos canais, permitindo ainda uma partilha eficaz de conteúdos em redes sociais como o Facebook, YouTube, Twitter e blogues.


Com as novas exigências impostas pelo imediatismo da informação e com a diminuição notória dos seus recursos, jornalistas e bloggers encontram na Up News um instrumento facilitador do seu trabalho.


Proponho que visitem, se registem e nos deem feedback!




quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

O nosso mercado da comunicação

Li atentamente o post do meu ‘colega’ António Marques Mendes, sobre os efeitos da crise económica no setor da comunicação, no PiaR. É um tema importante e que toca a todos, de uma forma ou de outra, pelo que resolvi expressar aqui a minha opinião.

Não existe em Portugal um mercado da comunicação. Existem, no mínimo, três. O das Consultoras de Comunicação, o das Agências de Assessoria Mediática e o dos ‘one man show’, aqueles que ganharam alguma visibilidade nas revistas cor-de-rosa e com ela se iniciaram nas ‘cousas’ das Relações Públicas. Embora, tenha uma ideia do que será o futuro destes dois últimos mercados, não os conheço assim tão bem, pelo que vou inibir-me de os comentar. Falemos, então, do mercado das Consultoras de Comunicação.

A crise económica chegou, de fato, ao mercado das Consultoras de Comunicação. E a nossa crise não é tanto uma crise de procura. É mais uma crise de preços que, inevitavelmente esmaga as margens. Esse fator é preocupante já que neste mercado a perceção de qualidade advém mesmo da qualidade. As consultoras investem em recursos humanos de qualidade e em tecnologias inovadoras que têm, inevitavelmente custos altos. E é ainda mais preocupante quando observamos outras consultoras, que acredito que também invistam forte nas suas empresas, a ‘vender’ serviços abaixo do custo.

Concluo que, para este mercado, a questão das avenças, é de fato, um assunto importante. Até porque, como otimista que sou, acredito que a Crise terá um fim. E convém, por essa altura, que os ‘players’ não tenham já destruído o mercado.