quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Bom Ano Novo!




terça-feira, 30 de dezembro de 2008

´'Eu escrevi sobre algumas agências...'

Agradeço a reprodução do meu artigo. Todavia, verifico que julga que eu não sei do que falo. Eu escrevi sobre "algumas agências", como poderá verificar numa leitura atenta do meu texto. E sobre essas algumas, sei do que falo.Saudações cordiais,Eduardo CT
27 de Dezembro de 2008 19:30


Como profissional de comunicação agradeço a Eduardo Cintra Torres o esclarecimento que efectuou neste comentário ao meu post anterior.

Embora acredite verdadeiramente que Eduardo Cintra Torres apenas tenha querido referir-se a 'algumas 'agências', da leitura global do seu artigo resulta a clara percepção de que este não é mais do que uma critica generalizada à actividade das agências de comunicação nacionais.

Verificou Eduardo CT que eu julgava que ele não sabia do que falava. Confesso que preferi pensar que havia alguma ignorância em relação ao tema. Não quis pensar em má-fé. É que as criticas são injustas e os cenários apresentados muito pouco fieis aos procedimentos utilizados diariamente pela maioria das agências de comunicação portuguesas e por milhares de profissionais.

O artigo teria sido mais esclarecedor se Eduardo Cintra Torres tivesse referido que as agências visadas pelas criticas são as que desenvolvem a actividade de comunicação política. Uma actividade incómoda para variadissimos interesses instituídos, mas que no mercado da comunicação nacional, não representa mais que 5% do volume de negócios do sector.

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Mais vale falar do que se sabe...

Fico sempre fascinada com a capacidade que alguns senhores têm de falar sobre o que não sabem. O espaço em branco deve ser muito tentador. E a necessidade contratual de o preencher uma agonia. Mas é sempre melhor escrever sobre temas com os quais estamos à vontade. Pelo menos não sai asneira...
Coloco-me, desde já, à disposição de Eduardo Cintra Torres para lhe oferecer uma formação gratuita sobre os principios básicos da comunicação e sobre o 'dia a dia' e procedimentos de uma agência de comunicação.
Vai ficar surpreendido...é que as agências de comunicação são mesmo as entidades que imprimem maior transparência aos processos de comunicação e impedem, na maior parte das vezes, a criação de várias agendas mediáticas que servem interesses menos claros.
Aqui fica a 'opinião' de Eduardo Cintra Torres, no Público:
'Viver "habitualmente" pela propaganda

A ideia de que as pressões sobre jornalistas, ou meras sugestões, partem apenas da central de propaganda do Governo é incorrecta. Uma boa parte desse trabalho é entregue a “agências de comunicação”.

Essas “agências” são empresas que vendem um produto: propaganda dos seus clientes. Mas algumas não se limitam a encher os computadores dos jornalistas com informações já em forma de “notícias”, explicando o unicamente suposto lado bom da acção dos seus clientes. Fazem mais que isso. Organizam festas, inaugurações e lançamentos de Magalhães com o dinheiro dos clientes – ou dos contribuintes, caso o cliente seja o Estado. Telefonam a sugerir aos jornalistas que façam perguntas incómodas em directo a políticos que considerem adversários dos seus clientes. E fornecem às redacções e aos blogues “amigos” material e background favorável aos seus clientes e desfavorável aos outros.

Inundados de informações e, se necessário, de rumores e insinuações, os jornalistas ficam apenas com um lado da questão. A enxurrada “informativa” facilmente inquina a sua possibilidade de averiguar mais completamente as questões, que entram na agenda mediática deformadas, e deformadas prosseguem até à sua substituição por outras.

Para o poder político, as “agência de comunicação” têm a vantagem de diluir o destino do dinheiro destinado à sua propaganda. Como um governo não pode “comprar” jornalistas, arranjou-se o processo de pagar a “agências”, sendo estas que usam o nosso dinheiro de formas que dificilmente viremos a conhecer.

Tudo isto é fado, tudo isto é lobbying, claro, um nome lindo para uma actividade que tantas vezes pode ser suja. Sendo as “agências de comunicação” empresas que recebem dinheiro para inclinar a informação jornalística para o lado dos seus clientes, o jornalismo nunca deveria esquecer, ao receber-se um email, um comunicado ou um telefonema de uma agência de comunicação, que tudo isso foi pago pelo cliente que quer “boa imprensa” para si e amiúde “má imprensa” para os adversários. As “agências” recebem do seu cliente quaisquer que sejam os métodos que usem (e que podem ser vedados legalmente a governantes e políticos). Não são perseguidas judicialmente nem de qualquer outra forma. Ficam sempre a ganhar, e bem. Já o jornalismo é abusado e fica sempre a perder.

Ao seguir indicações das “agências de comunicação”, um jornalista pode facilmente fazer uma informação que é mais pobre ou mesmo enviesada. E é ele quem dá a cara. Quem passa por fazer fretes. Se houver problemas, é ele que os enfrenta. Entretanto, nas agências de propaganda, arrecadam-se lucros por vezes fabulosos e teoriza-se sobre a sua “científica” actividade das “relações públicas”.

Este quadro é particularmente gravoso na actualidade, porque o Governo parece estar empenhado na acção de comunicação comprada no mercado das “agências”. Estas chegam a substituir as funções dos assessores de imprensa dos ministérios e agem em conjunto com a central de propaganda.

Não tendo a oposição ou outras partes envolvidas nas notícias acesso aos mesmos orçamentos de propaganda para pagar a “agências de comunicação” concorrentes, o fluxo de eventos, powerpoints e de teleponto, de emails, comunicados e chamadas de telefones das agências para os jornalistas cria um grande desequilíbrio. Isso depois nota-se, e muito, quando se lê os jornais, se ouve a rádio e se vê televisão – e até quando se lê blogues claramente ligados à central de propaganda. Parece que estamos na Rússia: a “informação” vem quase toda do mesmo lado. Criam-se “ondas” de opinião publicada que leva a maioria dos comentadores a criticar muitíssimo mais a oposição do que o poder executivo, o que é um padrão altamente atípico nos regimes democráticos.

À parte alguns aspectos da política da Educação, a governação pouco é criticada, quanto mais escrutinada. Não há crise nem recessão. Aliás, a crise é “favorável” ao Governo, o que, seguindo alguns comentadores, parece tornar a crise excelente para todos. A política financeira está correcta, o Financial Times é que está enviesado. É excelente que o Orçamento seja optimista em vez de realista. Na Saúde agora está tudo ok: a ministra “explica tudo muito bem”, mesmo que tenha ocultado o défice ao Parlamento. No Ambiente corre tudo bem. Na Economia também. Nos Negócios Estrangeiros também. Na Defesa também. Na Cultura também. No Trabalho também. Na Administração Interna está tudo bem outra vez. O desemprego aumenta pouco e, vistas as coisas por outro prisma, até desce. O desemprego entre os milhões que andam a recibos verdes não existe. A emigração causada pela política económica é uma invenção. A fuga do investimento estrangeiro não é importante. O Governo faz os possíveis. A oposição é toda desastrosa: a sociedade civil, os sindicatos, o PSD, o PCP, o CDS, excepto o BE, enquanto houver esperança de aliança com o PS. Como queria Salazar, tenta-se “levar os portugueses a viver habitualmente” com este sufoco informativo.'

A optimista

Sou optimista por natureza. Acredito vivamente que a crise em 2009 não irá, em geral, prejudicar grandemente a indústria das Relações Públicas. (Aliás já falei sobre o tema aqui.)

Sendo esta uma crise que assenta em grande parte na confiança (ou falta dela) eram bom que os players económicos e os Meios de Comunicação Social largassem o discurso e a postura derrotista e olhassem o futuro com algum optimismo.

O Briefing está a preparar um trabalho sobre o mercado da comunicação. Estou com alguma curiosidade em ler as posições dos meus colegas e concorrentes sobre as consequências da malfadada crise no nosso negócio. É que espero, sinceramente, não ser a única a olhar para o futuro de uma forma positiva.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

'É tudo uma questão de confiança, estúpido'

'É tudo uma questão de confiança, estúpido. Todos os sistemas financeiros dependem da confiança. As pessoas precisam de acreditar que as instituições com as quais lidam agirão de acordo com o que se espera delas. Estamos em plena crise porque investidores e gestores financeiros (que dirigem bancos, bancos de investimento, hedge funds, companhias de seguros) perderam a confiança.’
Robert J. Samuelson, Newsweek, 20 Setembro 2008


Não foram apenas a inabilidade e falta de transparência dos gestores financeiros ou a incompetência das entidades responsáveis pela regulação dos mercados que lançaram o mundo numa das maiores crises económicas das últimas décadas. O falhanço das políticas de comunicação foi essencial para a grande quebra da confiança.
Se tivesse havido preocupação em comunicar, com seriedade, a verdadeira ‘performance’ das instituições, não teria havido lugar para pânicos.
Esperemos que, no futuro, esta crise seja estudada como um 'case study' do que não fazer em comunicação financeira.

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

A Crise e a Prevenção

Ao longo dos anos, tenho lidado com muitas crises. A maior parte delas acompanhadas de perto pelos Órgãos de Comunicação Social.
E posso garantir que as crises que surgem em empresas ou entidades que desenvolvem proactivamente uma estratégia de comunicação séria e eficaz conseguem resolver, com melhores resultados e em menos tempo, as suas crises.
Também é natural, as empresas cujas filosofias, missão objectivos e actividade são conhecidas dos jornalistas e em tempo de crise, não têm que convencer. Apenas informar.
Com as empresas (e gestores) que consideram a comunicação uma ferramenta mais ou menos dispensável, a história é outra.
A desconfiança entre as partes (empresa ou entidade em crise e os órgãos de comunicação social) é uma realidade capaz de criar uma crise na própria crise. O que invariavelmente acontece:
- A empresa considera que os jornalistas exageram a situação e raramente relatam exactamente o sucedido. O jornalista considera que a empresa limita os acessos á informação, aos locais e ás fontes de informação;
- As empresas acreditam que os jornalistas efectuam juízos de valor ou acusações que levam os leitores a retirar conclusões precipitadas e que são uma fonte de pressão e de injustiça. O jornalista acredita que a empresa não partilha com ele todos os factos. Que esconde a verdade ou parte dela;
- As empresas consideram que o jornalista procura notícias sensacionalistas, escreve o que bem lhe apetece e é incontrolável. O jornalista considera que a empresa procura minorar os impactos negativos desresponsabilizando-se.

A prevenção é mesmo a melhor resposta para a gestão de crise!

Pedimos desculpa por esta interrupção...

Isto de ser mãe, mulher, empresária, empregadora, consultora de comunicação, membro da direcção de uma IPSS e ainda blogger (por gosto) não é fácil.
Já faz um tempo que esta amadora não coloca nenhum post nesta Primeira Página.

Mas é assim. Vem aí o Natal, a família está agitada, a mulher está à beira de um ataque de nervos, a empresária está em balanço, o BIPP a angariar fundos, os clientes antigos a preparar o próximo ano e os potenciais a querer arrumar a casa…
Pedimos desculpa por esta interrupção… a posta segue dentro de momentos!