segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

A perigosa teoria do 'low profile'

Ainda é comum os consultores de comunicação ouvirem da boca de alguns gestores de empresas as seguintes palavras: ‘Não. Nós somos muito ‘low profile’ não comunicamos’.
Esta reacção revela um grande desconhecimento sobre as ‘coisas’ da comunicação. É que, todos os dias, essas mesmas empresas, de uma forma involuntária, comunicam com o exterior. E, inconscientemente, transmitem aos seus públicos-alvo uma imagem que pode não coincidir nem com o seu posicionamento nem sequer com a sua realidade.
São casos, em que as empresas não têm qualquer tipo de controlo sobre a sua imagem exterior permitindo que os públicos, com quem se relacionam, criem uma percepção da sua imagem de uma forma totalmente discricionária.
Há que entender que a disfuncionalidade entre a realidade da empresa e a percepção que os públicos têm da mesma pode, a médio prazo, criar graves problemas de imagem que poderão inclusivamente prejudicar a sua ‘performance’ financeira.
Esta é uma questão que deve ser colocada aos gestores. Não será preferível a minha empresa comunicar de uma forma consciente e voluntária? Transmitir o seu posicionamento de forma objectiva e correcta?
Um posicionamento ‘low profile’ não significa ausência de comunicação voluntária.
No ciclo de vida de qualquer empresa, existem períodos positivos e negativos. São nestes últimos, que a teoria do ‘Não comunicamos somos muito low profile’ se revela um verdadeiro desastre.
Sou testemunha de vários casos em que gestores de empresas, em momentos mais negros da vida das suas empresas, se mostraram verdadeiramente arrependidos de terem optado pela falsa ‘Teoria do ‘Low Profile’. Nesses momentos, os públicos não entendem as mensagens de reposicionamento que as empresas, de uma forma um tanto ou quanto desesperada, distribuem e há uma grande dificuldade de entendimento mútuo. Mas é natural. Provavelmente os públicos tinham uma imagem errada da empresa há demasiado tempo e não é de um dia para o outro que se alteram percepções..

1 comentário:

Octávio Diaz-Bérrio disse...

É difícil explicar aos nossos empresários que a Publicidade (a boa, claro!) não é uma despesa mas sim um investimento!