domingo, 24 de fevereiro de 2008

Viva a Comunicação Inteligente!

Eu ainda sou do tempo… (e graças a Deus já lá vai muito tempo) em que oitenta e cinco por cento dos serviços solicitados às agências de comunicação se resumiam às acções de assessoria mediática e que grande parte da actividade desenvolvida passava inevitavelmente pelo envio de press releases aos jornalistas.

Eu ainda sou do tempo… em que mais de metade do dia de trabalho era passado diante de um fax e os resultados das acções de assessoria mediática se apuravam aos quilos ou metros de notícias. Bastava-nos colocar, na secretária do cliente, uma pilha de artigos publicados nos Meios de Comunicação Social, independentemente de saber se as audiências atingidas interessavam ou não, para a história ter um final feliz.

Nessa época não existiam, como actualmente, mais de uma centena de agências de comunicação a operar e era ainda difícil encontrar, quer nas empresas clientes, quer nas agências de publicidade, interlocutores que compreendessem a nossa actividade e valorizassem os seus resultados. Não havia semana em que não me sentisse incompreendida. Mas o mercado era jovem e tínhamos ainda muito a aprender.

Tínhamos a aprender que as acções a desenvolver deveriam ser estrategicamente adequadas aos públicos-alvo a atingir, que as informações enviadas à imprensa deveriam ser mais adequadas aos interesses editoriais dos Meios de Comunicação Social e que as informações que não têm qualquer tipo de relevância não deveriam seguir para as redacções, apesar dos inúmeros pedidos dos clientes. É que estas acabavam, invariavelmente, inundadas de informações que não constituíam notícia e confesso que sempre me custou pensar que o nome dos meus clientes ou o meu trabalho se poderia encontrar no maior dos arquivos dos jornais e revistas: o Balde do Lixo.

É bom assistir à evolução do mercado e constatar que esse panorama já não é tão comum e que actualmente muitas consultoras de comunicação praticam uma comunicação inteligente.

Para se alcançar uma comunicação inteligente, aprofundam-se os conhecimentos das empresas, das suas necessidades, das audiências a impactar e isso permite-nos desenvolver as melhores estratégias e aplicar as tácticas mais adequadas para o sucesso de cada acção. Se a comunicação for inteligente, não há incoerências, não há contradições, não há desgaste.

Graças à comunicação inteligente os consultores podem e devem ter conhecimento, à partida, das probabilidades de sucesso da mesma. É para terem sucesso que elas são montadas de uma determinada forma.

É também garantido que é muito mais interessante, do ponto de vista profissional, praticar uma comunicação inteligente. Apura-nos os sentidos, exige-nos criatividade e desafia-nos os limites. Por outro lado, não nos decepciona, não nos enerva, não corrói relações e ainda nos oferece credibilidade, quer junto dos clientes, quer junto dos jornalistas.

A Comunicação Inteligente depende de quadros bem formados, com características e perfil adequado às suas exigências, mas também nos oferece equipas de trabalho bem preparadas, felizes, saudáveis e com ‘amor à camisola’, ou seja, aos projectos dos clientes.

‘Viva a Comunicação Inteligente’. Todos temos a ganhar com ela, Já para não falar dos Baldes de Lixo das redacções que vêem o seu espaço libertado e… agradecem!

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Consultores Versus Fornecedores de Comunicação

Num mercado em franco crescimento e com boas oportunidades de negócio, como o português, é inevitável o aparecimento de um número cada vez maior de novas Agências de Comunicação. É bom para os clientes e é saudável para o mercado.
Convém, no entanto, que todos tenhamos consciência de que, actualmente, em Portugal, o mercado das Relações Públicas e comunicação é disputado por dois tipos de ‘peões’ muito distintos: os Consultores de Comunicação e os Fornecedores de Comunicação. E o serviço que cada um presta aos seus clientes é bem distinto. Senão vejamos:
O Consultor de Comunicação investiga, analisa, aconselha, decide, cria, planifica, desenvolve e avalia os resultados de uma acção. O Fornecedor de comunicação apenas a executa.
O Consultor define estratégias, o fornecedor aplica tácticas; o consultor trabalha a imagem, o fornecedor comunica-a; o consultor é proactivo, o fornecedor é reactivo.
Finalmente, e porque o seu conhecimento sobre a realidade do cliente é completo e aprofundado, o consultor tem uma capacidade de aconselhamento que o fornecedor não consegue alcançar.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Só pode ser um problema de comunicação!


“Recentes dados do INE apontam para um aumento de 10% entre 2000 e 2006 da criminalidade em Portugal. Mas o Ministro da Administração Interna garante que os elementos de que dispõe ‘não apontam para esse aumento’. Rui Pereira salienta mesmo que Portugal está entre os dez países mais seguros do mundo”. In Diário Económico (hoje)


Nem de propósito, hoje de manhã assisti, a uma conversa de dois adolescentes que me deixou pasmada:
Tomás: ‘Ontem queriam-me assaltar no Cascais Villa, mas não levaram nada porque eu não tinha’.
Pedro: É um, assim alto, com um blusão x …?’.
Tomás: É. Como é que sabes?
Pedro: Porque esse já me assaltou duas vezes. E também assaltou o Vasco’

Senhor Ministro, no país em que os adolescentes conhecem e são obrigados a conviver com os assaltantes ‘habituais’, em que a Polícia não tem carros com ‘cavalos’ suficientes para apanhar bandidos, em que somos assaltados em garagens de condomínios de luxo com armas apontadas á nuca, o senhor não pode dizer as coisas assim. É que ninguém vai acreditar!
Se o senhor tem tanto a certeza que Portugal se encontra entre os dez países mais seguros do mundo e que os dados do Instituto NACIONAL de Estatística estão errados, tem que fundamentar. Esta é uma regra básica da comunicação.

Será que no Governo, só o primeiro-ministro tem direito a ser apoiado por uma Agência de Comunicação?

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Sobre os EUA estou informada. E sobre Portugal? Se o mercado quiser, irei estar… em breve

A associação ‘Council of Public Relations Firms’ anunciou, hoje, que o sector de Relações Públicas, nos EUA, apresentou, em 2007, um forte crescimento do seu volume de vendas. Esta foi a conclusão de um estudo desenvolvido pela própria associação junto de sessenta e duas empresas que a integram.
Segundo o mesmo estudo, três quartos das empresas de comunicação associadas da ‘Council of Public Relations Firms’ apresentaram, em 2007, valores de facturação superiores a 2006. A média de crescimento global foi de 12,3% e as áreas de negócio que mostraram sinais de maior crescimento foram as de Comunicação de Produto, de Comunicação de Tecnologias e de Comunicação ‘Health Care’.
As conclusões do mesmo estudo revelam ainda que 30% dos inquiridos acreditam que, em 2008, as áreas que se prevê que atinjam maior crescimento serão as de Comunicação de Produto e de Online Media.
Refira-se que a ‘Council of Public Relations Firms’ congrega muitas das mais conceituadas empresas de relações públicas do mercado norte-americano.
Ficamos informados do que se passa nos EUA.
Sobre o mercado português ficaremos informados se as agências de comunicação se disponibilizarem a fornecer a informação necessária para a realização de um estudo de ‘benchmarking’. Fica lançado o repto. É que todos temos a ganhar.
… E depois, então, estaremos prontos para a criação de um ranking!

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

A perigosa teoria do 'low profile'

Ainda é comum os consultores de comunicação ouvirem da boca de alguns gestores de empresas as seguintes palavras: ‘Não. Nós somos muito ‘low profile’ não comunicamos’.
Esta reacção revela um grande desconhecimento sobre as ‘coisas’ da comunicação. É que, todos os dias, essas mesmas empresas, de uma forma involuntária, comunicam com o exterior. E, inconscientemente, transmitem aos seus públicos-alvo uma imagem que pode não coincidir nem com o seu posicionamento nem sequer com a sua realidade.
São casos, em que as empresas não têm qualquer tipo de controlo sobre a sua imagem exterior permitindo que os públicos, com quem se relacionam, criem uma percepção da sua imagem de uma forma totalmente discricionária.
Há que entender que a disfuncionalidade entre a realidade da empresa e a percepção que os públicos têm da mesma pode, a médio prazo, criar graves problemas de imagem que poderão inclusivamente prejudicar a sua ‘performance’ financeira.
Esta é uma questão que deve ser colocada aos gestores. Não será preferível a minha empresa comunicar de uma forma consciente e voluntária? Transmitir o seu posicionamento de forma objectiva e correcta?
Um posicionamento ‘low profile’ não significa ausência de comunicação voluntária.
No ciclo de vida de qualquer empresa, existem períodos positivos e negativos. São nestes últimos, que a teoria do ‘Não comunicamos somos muito low profile’ se revela um verdadeiro desastre.
Sou testemunha de vários casos em que gestores de empresas, em momentos mais negros da vida das suas empresas, se mostraram verdadeiramente arrependidos de terem optado pela falsa ‘Teoria do ‘Low Profile’. Nesses momentos, os públicos não entendem as mensagens de reposicionamento que as empresas, de uma forma um tanto ou quanto desesperada, distribuem e há uma grande dificuldade de entendimento mútuo. Mas é natural. Provavelmente os públicos tinham uma imagem errada da empresa há demasiado tempo e não é de um dia para o outro que se alteram percepções..

domingo, 10 de fevereiro de 2008

Solidariedade entre os fumadores

Pois é, além de comunicadora também sou fumadora. E gosto muito pouco da forma como, actualmente, os fumadores são tratados. Mas a boa notícia é que ainda existem por aí alguns locais, que respeitam os que sofrem de um vício incentivado, há muitas décadas, pelo Estado. Para os que, como eu, apreciam acompanhar as refeições com cigarros, aqui fica um blog muito útil: http://www.locaispermitidofumar.blogspot.com/

Haja alguma solidariedade!

sábado, 9 de fevereiro de 2008

APECOM : Afinal sempre há sangue novo!

Nunca gostei de perder tempo! Nem em projectos que considero que não têm condições de vingar, nem com questões que eventualmente não parecem o que são.
No entanto, também nunca fui mulher de deixar passar em branco questões levantadas, publicamente ou não, que por uma razão ou outra não estão correctas. E confesso que injustiças me incomodam.
Acresce que, como profissional da comunicação, com mais de 15 anos de experiência no mercado português, considero que os mal-entendidos devem ser esclarecidos para que não se estendam no tempo e não prejudiquem, definitivamente, a reputação de qualquer pessoa ou instituição.
Como se deve entender pela prosa, refiro-me à polémica, pública e algo divulgada nos Meios de Comunicação Social sobre as eleições para os corpos sociais da APECOM.
Estamos num país livre e todos temos o direito e, pessoalmente considero até que o dever, de criticarmos o que nos parece que não está correcto. Mas vivemos numa democracia em que o contraditório também é um direito. E, na nossa profissão, conhecemos bem a sua importância.
Não vou efectuar quaisquer juízos de valor sobre intenções ou contextos, apenas, a bem da verdade, contrariar algumas críticas efectuadas por as considerar injustificadas e até injustas e por me atingirem directamente, já que integrei esta lista e, desde anteontem, ocupo a Vice-Presidência da APECOM. Assim:
1. A estranheza demonstrada por alguns associados e outros não associados pela existência de uma lista única – num universo de 23 associados (que passaram, com muita pena minha, na véspera das eleições a 22 e no dia das eleições a 24) o máximo que, matematicamente, poderia ter existido seriam duas listas. Só houve uma agência, a Lift, que se preocupou em movimentar e entusiasmar outras, no sentido da criação de uma lista. Todas as outras teriam tido hipótese de o fazer. Não o fizeram.
2. Esta lista é uma extensão da antiga Direcção da Apecom- ‘mais do mesmo’ como alguém se referiu ou ‘a mesma direcção’ como referiram outros. – A nova Direcção da APECOM é composta pela Lift, representada por Salvador da Cunha, que assume a Presidência e que provém da antiga direcção, pela Frontpage, representada por mim e que ocupará a Vice-presidência e pela Generator, representada por Luís Rosendo, Secretário da Direcção. Vejamos então, o único órgão executivo da APECOM será ocupado, em dois terços, por sangue novo. Ou seja, por agências que nunca ocuparam cargos de direcção na associação. Parece-me até uma conjugação interessante. Mas quem efectuou as críticas sabê-lo-á dado que a maioria já ocupou cargos na Direcção da APECOM;
2. A APECOM é ‘uma crónica de morte anunciada de pouca qualidade’; ‘A APECOM é irrelevante’ ou a ‘APECOM está nos Cuidados Intensivos’- Não vou sequer criticar a falta de cuidado na selecção das palavras utilizadas, vou apenas relembrar que a APECOM é uma associação empresarial e como tal é o que os associados e o mercado pretendem que seja. A Direcção pode promover e dinamizar mas, se não existir interesse e participação, de pouco valerá.
Não fossem tão poucos e sempre os mesmos a tecerem críticas à associação e confesso que ficaria traumatizada. É que estas não são, nem de perto nem de longe, as palavras que alguém que se prepara, com entusiasmo, para percorrer um caminho que dignifique e promova a nossa actividade gosta de ouvir.
Mas acabo da mesma forma que comecei. Gosto pouco de perder tempo! E se aceitei o repto que me foi lançado pelo Salvador da Cunha para ocupar a Vice-Presidência da APECOM é porque acredito no programa e nos elementos desta direcção e, mais importante ainda, porque acredito nas agências associadas e na participação e apoio que estas possam dar, no futuro, na criação de uma associação que é, e sempre foi, relevante (convém não esquecer que cerca de 70% da facturação do
mercado se encontra com os associados da APECOM).


Por mim esta questão está fechada. Agora só me interessa o futuro. E o futuro é de trabalho!




sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Os Porta-Vozes e os 'Bufos'


«Fala-se muito em fontes, mas isso para mim não existe. Fonte só conheço a luminosa.' Paulo Bento está insatisfeito com as fugas de informação em Alcochete. O técnico leonino não tem gostado que os meios de comunicação social tenham acesso a questões do foro interno e garante que terá mão pesada se descobrir os «bufos». in Mais Futebol

Parece que o reino da comunicação do meu querido Sporting já teve melhores dias. Não é que deixaram de haver fontes oficiais, vulgo porta-vozes, para nascer uma figura pertubadora da paz do meu Clube: os '´bufos'.

Pois é... quando as fontes oficiais se escusam a desempenhar com eficiência o seu papel, os jornalistas não têm qualquer dúvida em recorrer às fontes não oficiais, as mesmas que Paulo Bento designa, elevadamente, de 'bufos. É esta uma regra básica. Vem nos livros.

O Sporting merece melhor!

A Maturidade das Relações Públicas!

As relações públicas são uma ferramenta de gestão indispensável ao desenvolvimento das empresas. Penso que este é já um dado adquirido pela gestão moderna.
O crescimento económico das empresas será beneficiado se acompanhado por uma imagem de credibilidade e prestígio junto dos seus públicos-alvo e os problemas de imagem poderão encontrar nas relações públicas o agente chave de mudança. A disfunção entre a realidade da empresa e a sua imagem pública é perigosa e poderá gerar a desconfiança e insatisfação dos públicos-alvo.
Esta realidade, que não era entendida há uns anos atrás pelos responsáveis das empresas, está a mudar. Inquéritos realizados junto das empresas sobre os factores mais importantes para qualificar uma companhia, realizados na Grã-Bretanha junto de gestores de empresas, revelou dados interessantes: nos últimos anos, o factor ‘performance financeira’ diminuiu enquanto os factores relacionados com a notoriedade e reputação das empresas cresceram.
Em Portugal, a situação não é diferente. Embora, infelizmente, ainda não tenhamos disponíveis estudos sobre a matéria, diz-nos a experiência que a procura dos serviços de consultoria em comunicação empresarial é cada vez maior. E este crescimento não se revela só em quantidade como também em qualidade, designadamente na exigência de maior profissionalismo às agências.
Ferramentas como gestão de crise, public affairs, comunicação interna ou formação de porta-vozes que, embora disponíveis, eram apanágio de apenas um pequeno grupo de empresas, começam hoje a ser uma prioridade. As relações públicas, ainda há alguns anos, eram conotadas apenas com a assessoria mediática. A mentalidade dos gestores evoluiu neste campo pelo que actualmente a percepção de grande parte destes responsáveis é a de que se obtêm melhores resultados com o apoio de uma estratégia integrada de comunicação, capaz de potenciar todas as ferramentas disponíveis e de impactar todos os seus públicos-alvo.
As agências de comunicação podem e devem ser o ‘braço direito’ das empresas na gestão da sua comunicação e imagem, transferindo para o cliente as suas principais mais-valias: um serviço prestado por profissionais experientes e pro-activos, disponibilidade para acompanhamento personalizado, imparcialidade na análise das questões, soluções estratégicas para diferentes necessidades, resultados eficazes e redução das preocupações e carga de trabalho dos clientes nesta matéria.
E as Relações Públicas, em Portugal, atingem assim a maturidade!