Eu ainda sou do tempo… em que mais de metade do dia de trabalho era passado diante de um fax e os resultados das acções de assessoria mediática se apuravam aos quilos ou metros de notícias. Bastava-nos colocar, na secretária do cliente, uma pilha de artigos publicados nos Meios de Comunicação Social, independentemente de saber se as audiências atingidas interessavam ou não, para a história ter um final feliz.
Nessa época não existiam, como actualmente, mais de uma centena de agências de comunicação a operar e era ainda difícil encontrar, quer nas empresas clientes, quer nas agências de publicidade, interlocutores que compreendessem a nossa actividade e valorizassem os seus resultados. Não havia semana em que não me sentisse incompreendida. Mas o mercado era jovem e tínhamos ainda muito a aprender.
Tínhamos a aprender que as acções a desenvolver deveriam ser estrategicamente adequadas aos públicos-alvo a atingir, que as informações enviadas à imprensa deveriam ser mais adequadas aos interesses editoriais dos Meios de Comunicação Social e que as informações que não têm qualquer tipo de relevância não deveriam seguir para as redacções, apesar dos inúmeros pedidos dos clientes. É que estas acabavam, invariavelmente, inundadas de informações que não constituíam notícia e confesso que sempre me custou pensar que o nome dos meus clientes ou o meu trabalho se poderia encontrar no maior dos arquivos dos jornais e revistas: o Balde do Lixo.
É bom assistir à evolução do mercado e constatar que esse panorama já não é tão comum e que actualmente muitas consultoras de comunicação praticam uma comunicação inteligente.
Para se alcançar uma comunicação inteligente, aprofundam-se os conhecimentos das empresas, das suas necessidades, das audiências a impactar e isso permite-nos desenvolver as melhores estratégias e aplicar as tácticas mais adequadas para o sucesso de cada acção. Se a comunicação for inteligente, não há incoerências, não há contradições, não há desgaste.
Graças à comunicação inteligente os consultores podem e devem ter conhecimento, à partida, das probabilidades de sucesso da mesma. É para terem sucesso que elas são montadas de uma determinada forma.
É também garantido que é muito mais interessante, do ponto de vista profissional, praticar uma comunicação inteligente. Apura-nos os sentidos, exige-nos criatividade e desafia-nos os limites. Por outro lado, não nos decepciona, não nos enerva, não corrói relações e ainda nos oferece credibilidade, quer junto dos clientes, quer junto dos jornalistas.
A Comunicação Inteligente depende de quadros bem formados, com características e perfil adequado às suas exigências, mas também nos oferece equipas de trabalho bem preparadas, felizes, saudáveis e com ‘amor à camisola’, ou seja, aos projectos dos clientes.
‘Viva a Comunicação Inteligente’. Todos temos a ganhar com ela, Já para não falar dos Baldes de Lixo das redacções que vêem o seu espaço libertado e… agradecem!